Algumas etapas do processo são feitas pelos próprios presos e, aqueles que participam do projeto, recebem 75% do salário mínimo nacional
Todos os dias cerca de 14 mil peças de isopor das marmitas de almoço e jantar de alguns dos detentos de Pinhais e Piraquara são enviadas para reciclagem. A atividade faz parte de um convênio entre a Risotolândia Serviços Inteligentes de Alimentação (empresa responsável por fornecer alimentação para alguns presídios do estado) e o DEPEN para utilização da mão de obra dos apenados.
Após cada almoço e jantar, os próprios detentos recolhem as marmitas, separam os resíduos, higienizam os materiais e embalam as peças de EPS (poliestireno expandido) para coleta. Segundo Catiane Zelak Abreu, gerente operacional da Risotolândia São José dos Pinhais (onde a alimentação dos presos é produzida), o projeto tem o apoio de dois fornecedores: um que busca as marmitas e outro que recicla. “As embalagens passam por um processo de extrusão e são transformadas em subprodutos para venda a indústria de copos, cabides, sancas, molduras, etc. Além de dar um destino correto aos materiais e contribuir com a sustentabilidade, os detentos que atuam no projeto recebem 75% de um salário mínimo nacional”, explica a gerente.
As 14 mil embalagens, segundo a Risotolândia, representam de 2 a 3 toneladas de material reciclado todos os meses. Para quem não sabe, o EPS é um plástico que pode ser 100% reaproveitado para reciclagem, sob três maneiras: reciclagem mecânica – que transforma o produto em matéria prima à fabricação de novos produtos; reciclagem energética – que usa o isopor à recuperação de energia em função do seu alto poder calorífico e reciclagem química – que reutiliza o plástico para a fabricação de óleos e gases. Segundo pesquisa realizada pela Meiwa – empresa paulista de embalagens, apenas 7% da população sabe que o isopor é um material reciclável.
Sobre a Risotolândia
A Risotolândia tem mais de 65 anos no mercado de refeições coletivas e 4.800 colaboradores que produzem, todos os dias, mais de 550 mil refeições. Para atender o sistema penitenciário a empresa tem uma estrutura exclusiva em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, que produz e atende uma média de 25.500 refeições por dia entre cafés, almoço, lanches, dietas especiais e jantar. A empresa – uma das que fornece para o sistema prisional do estado – atende as Penitenciárias Feminina e Estaduais de Piraquara, a Penitenciária Central do Estado, a PCEUP, o Complexo Médico Penal, a Colônia Penal, a Casa de Custódia de Piraquara e o Centro de Regime Semiaberto da Lapa.